Método Dança-Educação Física: uma experiência de conexão

Uma experiência profunda de conexão, de consciência corporal e de autoconhecimento. Assim se define o workshop Método Dança-Educação Física, ministrado pelos professores brasileiros Edeilson Matias e Francisco Júnior.

Esta foi uma iniciativa que decorreu recentemente nos Armazéns do Mercado, no Funchal, no estúdio da Companhia Dançando com a Diferença, reconhecida internacionalmente pela sua missão centrada na valorização da diversidade e na integração de pessoas com e sem deficiência no mundo das artes performativas.

Agora, a Companhia quis trilhar um novo caminho: aulas abertas à comunidade.

Participar no Workshop Dança-Educação Física é sinónimo de embarcar numa viagem sensorial, que traz crescimento pessoal a qualquer participante, independentemente da sua área de formação, profissão ou contexto social.

E se está a pensar em como isto lhe poderia ser útil, desmistificamos a sua curiosidade.

Para começar, é sempre positivo colocarmo-nos à prova, num novo ambiente, que nos permite conhecer pessoas novas e fazer uma atividade diferente, com uma moldura humana distinta do que estamos habituados. É o chamado “sair da área de conforto”.

Mas aqui não há nada a temer. As aulas decorrem num ambiente acolhedor, livre de julgamentos e com a segurança de sermos bem recebidos com os afetos dos bailarinos da Companhia Dançando com a Diferença.

A premissa é só uma: entregar-se à atividade, libertar-se do espartilho social em que facilmente se cai no dia a dia.

Este tipo de experiência utiliza exercícios que desbloqueiam o corpo físico e o lado emocional, promovendo a conexão consigo mesmo e com o outro.

“Este método trabalha o corpo de forma integrada” e, por isso, é eficaz tanto para um “desportista, como para uma dona de casa ou um engenheiro”, explica-nos o professor Edeilson Matias, sublinhando que segue as orientações do bailarino, professor e coreógrafo Edson Claro (1949-2013), uma referência no ensino e formação em dança inclusiva.

“Ele usou toda essa base teórica da Educação Física e trouxe a movimentação sensível da arte, especificamente da dança e, com essa união, ganhamos um desenvolvimento global”.

Por seu turno, o professor Francisco Júnior abriu a segunda parte da aula com exercícios de criatividade muito poderosos, que se baseiam na desconstrução física e emocional com recurso a “técnicas de improvisação teatrais”.

A “disponibilidade corporal, independentemente das diferenças, é muito interessante”, realça Edeilson Matias, no final do workshop. Já Francisco Júnior enaltece igualmente “a disponibilidade” e “a mesma união e propósito”, algo que “enche os olhos e emociona”.

“Nunca tinha trabalhado assim, de forma mais ativa, com pessoas com deficiência e saio daqui com muito aprendizado. Eu estou descobrindo também, à medida que vou propondo caminhos, descubro caminhos no eu professor e no eu artista.”

Há quanto tempo não se liberta e experimenta algo de novo?

Mantenha-se a par dos próximos eventos:

Dança e Filosofia: Ética, Raízes e Horizontes do Presente Frágil - 24 a 28 de fevereiro