Conversa sobre Arte e Transformação Social

Conversa sobre Arte e Transformação Social

Henrique Amoedo, Diretor Artístico da Dançando com a Diferença, integrou hoje a Mesa Redonda “Conversas com Arte” no Museu da Eletricidade – Casa da Luz, uma iniciativa enquadrada nas ações promovidas pela Direção Regional de Educação, através da Direção de Serviços de Educação Especial, para assinalar os Dias Internacional e Nacional da Pessoa com Deficiência.

A sessão inseriu-se no seminário “Construir com o Digital”, alinhado com os objetivos do Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital.
O encontro destacou a relevância das práticas artísticas inclusivas e o contributo das artes para o acesso, participação e cidadania cultural, num ecossistema que valoriza a diversidade e o potencial individual. Participaram igualmente Henrique Barros (Companhia 48/CRPSF), Sofia Faria (Serviço Técnico de Educação Especial) e Catarina Canhoto (EB1/PE/C Eng. Luís S. Costa), sob moderação da jornalista Rita Aleluia Abibel.

Durante a sua intervenção, Henrique Amoedo afirmou que “o contacto com a arte permite uma viagem interna e um processo de autodescoberta que coloca a pessoa perante as suas dificuldades. No caso das Pessoas com Deficiência, uma das maiores barreiras são os nãos: não podes, não consegues. Nas nossas metodologias não valorizamos os nãos, mas sim as capacidades.”

O diretor artístico referiu que, ao desenvolver essas capacidades, “as pessoas melhoram a sua autoestima e passam a ver-se de outra forma”, sublinhando a arte como instrumento de transformação social e de fortalecimento das competências expressivas e criativas.

Henrique Amoedo destacou também o impacto progressivo da atuação da companhia: “Criamos ‘ondas de choque’: primeiro transformamos o indivíduo, depois a família, depois a comunidade e, por fim, a sociedade. Estas transformações acabam por influenciar também as estruturas artísticas — programadores, teatros, diretores — e abrem espaço para artistas com deficiência assumirem o primeiro plano, como coreógrafos, criadores ou figurinistas. Em 2027 teremos a primeira coreógrafa da companhia com deficiência.”

Em suma, esta conversa contribuiu para a ampliação da literacia artística, para o reforço de contextos acessíveis de criação e para a consolidação de práticas que reconhecem a diversidade como motor de inovação cultural.

A Companhia Dançando com a Diferença é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - XXIII Governo / Direção-Geral das Artes (2023 - 2026), Governo Regional da Madeira através da: Direção Regional de Educação da Madeira, Direção Regional da Cultura e Câmara Municipal do Funchal. É companhia residente no MUDAS. Museu de Arte Contemporânea da Madeira e projeto residente no Teatro Viriato, em Viseu.