Funchal Pride pintou a cidade de arco-íris

Funchal Pride pintou a cidade de arco-íris

“Nem menos, nem mais. Direitos iguais.” Nos cuidados de saúde nas escolas, no seio familiar. No direito á liberdade. É a conquista que ambicionam os participantes na 2ª Marcha do orgulho LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Intersexo e apoiantes), é uma das várias atividades dinamizadas nesta edição do Funchal Pride.

 Pela segunda vez, no Funchal, deu-se voz aos LGBTI+ que ainda se dizem discriminados na sociedade madeirense, seja na escola, entre amigos, no trabalho ou em meros espaços de convívio. Contra a homofobia, bifobia e transfobia, mas, sobretudo, pela igualdade de oportunidades. Com ponto de encontro na Praça do Municipio, este sábado, marchou-se especialmente por todos os trans que ainda encontram dificuldades no acesso aos cuidados de saúde na Madeira, nomeadamente no processo de transição.

As bandeiras das cores do arco-íris, faixas de associações e cartazes com frases, como "Deus é mulher e é lésbica", "- Bolsonaro, + Beyoncé" ou "A alma não tem sexo" foram enchendo o Largo do Colégio à medida que se reencontravam amigos e familiares, e outros se conheciam pela primeira vez, 'para lutar por uma só causa.

Organizações como a rede ex aequo, a Opus Gay, a UMAR e a Amplos deram a cara pela multidão, num incentivo" a 'sair do armário', Como partilhou com o JM a representante da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género, Manuela Ferreira, "os armários têm de ser abertos, escancarados, deixar entrar o sol", apelando a todos os pais: "Por favor, abram os armários aos vossos filhos."

 Filhos, pais e avós. Cerca de 400 pessoas de todas as idades, géneros, estatutos sociais e orientações sexuais. Numa aura de satisfação e de esperança que se continuem a abrir portas, que se quebrem cada vez mais barreiras e que o futuro seja igual. Para os LGBTI+, para as mulheres, para os refugiados, para as minorias.

A esperança de um futuro sem preconceito continuou o percurso até ao Jardim Municipal, onde prosseguiu a festa até ao fim do dia com a presença de Carlos Costa, que também marchou pelos LGBTI+, o Grupo Dançando com a Diferença, as cantoras Alexandra Barbosa, Isabel Gonçalves, Alli e Carmen Fernandes, os Fado Bicha. Um show de travestis e drag queens e a animação com DJ encerraram o Funchal Pride no Jardim Municipal, que seguiu pela noite fora com a After Party no Living Room.

 

autor: Catarina Gouveia 

fonte: Jornal da Madeira (pág. 10)