INSUL’ARTS TRAZ MULTICULTURALIDADE À ILHA DA MADEIRA

INSUL’ARTS TRAZ MULTICULTURALIDADE À ILHA DA MADEIRA

Este espetáculo trata-se da materialização de um convite endereçado a Victor Hugo Pontes pelos Estúdios Victor Córdon e pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo, para o desenvolvimento de uma nova criação de dança com intérpretes moçambicanos e portugueses.


Produzida pela Nome Próprio, associação cultural com direção artística do coreógrafo, “BANTU” é um lugar que desejamos ocupar: um lugar diferente para cada um dos corpos que o habita, partilhado nas feridas que rasga, titubeante no trilho que percorre; um lugar exuberante na celebração da comunidade reunida em palco.


O título desta peça, que sobe ao palco do Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, nos próximos dias 15 e 16 de março pelas 20h, designa uma família de línguas faladas na África subsariana: é identidade e é comunidade. “Bantu” designa mais do que uma ocorrência linguística. Pode ser: uma linguagem própria que sobreviveu às línguas europeias impostas; um mecanismo identitário; um signo vedado ao colonizador; uma forma de comunicação, plena de códigos culturais, históricos, religiosos e políticos; a materialização efémera de um longo encontro.


Victor Hugo Pontes tem construído, nos últimos 20 anos, uma carreira nacional e internacionalmente reconhecida. As suas peças percorreram já inúmeros países como, por exemplo: Alemanha, Áustria, Brasil, Espanha, França, Itália, Países Baixos ou Rússia.
Ao longo dos tempos, tem sido nomeado para vários galardões, tendo vencido, mais recentemente, em 2019, o Prémio SPA na categoria de Dança – Melhor Coreografia, com o espetáculo “Margem”.


No artigo do jornal Público, publicado em outubro do ano passado - dias antes da estreia – e assinado por Pedro Manuel Magalhães, o coreógrafo assume “BANTU” como um “gesto político”, referindo que “durante muitos anos, estes espaços não eram habitados por estas pessoas, nem havia lugar para estes intérpretes. Isto é um sentido de conquista e do privilégio de poder amplificar vozes.”


O espetáculo, dirigido a maiores de 14 anos, conta com cenografia de F. Ribeiro, direção técnica e desenho de luz de Wilma Moutinho, direção e operação de som de João Monteiro, figurinos de Cristina Cunha e Victor Hugo Pontes e interpretação de Dinis Abudo Quilavei, Dinis Duarte, Francisco Freire, José Jalane, Maria Emília Ferreira, Marta Cardoso e Osvaldo Passirivo.

De salientar que os EVC e o Camões – Maputo são parceiros numa programação conjunta para três temporadas, que visa criar pontes entre Portugal e Moçambique, e promover a circulação e internacionalização da dança.


A apresentação de “BANTU” acontece no âmbito do Ciclo de Arte Contemporânea da Madeira, integrado no INSUL´Arts, um projeto financiado pelo Programa Cultura do EEA Grants Portugal, através do Connecting Dots – Mobilidade Artística e Desenvolvimento de Públicos, operado pela Direção Geral do Património Cultural e gerido pela Direção-Geral das Artes na qualidade de Parceiro do Programa.


INSUL´Arts é um projeto promovido e dinamizado pela Companhia Dançando com a Diferença, em estreita parceria com a dybwikdans (Noruega), Câmara Municipal do Funchal e o Teatro Viriato (Viseu).

Publicado a 13 Março, 2024

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Categoria:

Comunicação