BICHOS
A nossa existência tem uma duração reduzida e limitada. Como vivemos esse tempo e aproveitamos essa possibilidade? Somos anexados por um padrão normativo que, tal como com Mago, leva à anulação individual perdendo assim uma essência selvagem ou nos tornamos num agente, que como Vicente, persegue um ideal de liberdade de sermos nós, plenos de independência e inconformismo.
BICHOS, é um espetáculo trabalhado a partir da obra homónima de Miguel Torga, que pretende abordar questões fundamentais sobre a sociedade e a própria existência.
Animais humanizados ou humanos quase animalizados, aparecem aqui em luta consigo mesmo, com o meio em que vivem e com o Divino. Diferentes entre si nas suas particularidades, estes bichos são todos parte da mesma Arca de Noé; sítio e terra mãe onde todos caminham numa luta igual pela vida e pela liberdade. São dilemas humanos, mas partilhados quer pelos homens quer por animais em que o Homem é mais um bicho entre outros e não ocupa um lugar privilegiado.
Em Torga, a evolução afastou o Homem da natureza, condenando-o à perdição e, com BICHOS, viaja em busca da sua essência selvagem, da pureza dos instintos, pondo em causa Deus, liberdade, sociedade e a relação do individuo com elas.
Pensando que nenhum tem um lugar especial na criação, aqui relembramos que viver não basta. A dignidade humana obriga a que, a vida só valha a pena em plena liberdade; que a rebeldia que não aceita domesticações ou conformismos, é o meio seguro para cada um encontrar o seu papel no coletivo, sem perder a sua liberdade.
(Rui Lopes Graça)
Ficha Artística
Coreografia: Rui Lopes Graça
Direção artística: Henrique Amoedo
Intérprete: Aléxis Fernandes, Bárbara Matos, Joana Caetano, José Manuel Figueira, Cátia Cardoso, Pedro Alexandre Silva, Ricardo Meireles, Sofia Marote e Telmo Ferreira
Assistente de ensaio: Cristina Baptista e Telmo Ferreira
Desenho de luz: Nuno Meira
Montagens e operação de luz: Maurício Freitas
Desenho de projeção: Carolina Caetano
Desenho de som: Rui Lopes Graça
Desenho gráfico: Melissa Corrêa / Niponica
Máscaras: Robert Allsopp and Associates
Fotografia: Júlio Silva Castro
Realização: AAAIDD
Apoio à produção: Natércia Kuprian / AAAIDD
Co-producão: Câmara Municipal do Funchal e Grupo Sousa
Duração: 50 minutos
Indicado: + de 6 anos
Estreia mundial: 29/01/2016 Teatro Municipal Baltazar Dias Funchal (Portugal)